segunda-feira, 23 de março de 2015

Dicas para comprar uma propriedade rural (parte 2): Como escolher o imóvel?

Na primeira parte desta série apresentamos dicas para a escolha de uma região. Agora vamos dar mais um passo na direção da mudança definitiva para o campo. Em alguns casos, a desagradável e infeliz volta do campo para a cidade pode dar-se devido a uma escolha mal feita, por essa razão não se precipite, mas também não seja lento como foi Ló, que acabou perdendo sua esposa em função da demora. 
A primeira recomendação apresentada na publicação anterior continua valendo, ou seja, muita oração. Que a nossa prece seja como a de Davi: “Dirige os meus passos nos Teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem” (Salmo 17:5). 
Se possível, evite a intermediação de corretores de imóveis. Geralmente os melhores negócios não chegam até as imobiliárias. Agora que você está na região escolhida e conhece algumas pessoas, já passeou por vários lugares; então é hora de perguntar para os conhecidos e desconhecidos sobre propriedades à venda. Visite muitas, inclusive aquelas cujo preço anunciado é maior do que você pode pagar, pois em uma futura negociação o valor pode caber no seu bolso, mas ainda não é hora de fechar negócio. Mesmo que você se encante com alguma propriedade, não fique ansioso para fazer qualquer proposta, muito menos pagar algum valor como sinal. Lembre-se, se Deus está no comando, o seu imóvel está à sua espera. Essas visitas devem ser feitas, preferencialmente pela família toda. Além de ser uma ótima atividade para estreitar laços familiares, cada membro pode enxergar aspectos que os outros não viram, e na soma das observações o resultado certamente será melhor do que se apenas um fizesse a visita.
Recomendo que você anote e fotografe o que lhe chamou atenção (e de sua família) em cada propriedade; depois de visitar três ou quatro é possível confundir as informações. Anote o telefone dos contatos (dono, caseiro, vizinho, etc.) e o roteiro de como chegar ao local para um possível retorno, principalmente se alguém o levou até ali.
Dica especial: Se não foi possível estabelecer uma firme convicção sobre alguma propriedade, então alugue, em vez de comprar. Aluguel rural, em geral, é muito barato, exceto em regiões turísticas ou propriedades que geram lucro. Alugando você terá oportunidade de avaliar com muito mais segurança se aquele é o imóvel para você se fixar permanentemente, e mesmo sobre a região, se condiz com o que você e sua família esperavam.
Próxima dica: O que analisar na propriedade? 

Até breve!

segunda-feira, 16 de março de 2015

Dicas para comprar uma propriedade rural (parte 1): Para onde ir?


Uma vez que você tenha compreendido a urgência e necessidade de obedecer a ordem de Deus para sair das cidades - grandes ou pequenas - e mudar-se para o campo, então vem a próxima pergunta: Para onde ir? 

Com esta série de dicas práticas que damos início com esta publicação, pretendemos ajudar tanto aqueles que sabem para onde ir quanto aqueles que ainda não sabem, mas, em ambos os casos, gostariam de aprender como analisar uma propriedade rural. 

Longe de pretender ser um manual completo e infalível, a intenção é apenas repartir com você nossa experiência nessa área. Vou considerar que você não sabe para onde ir. Os que sabem irão aproveitar da parte dois em diante.

A primeira recomendação é muita oração, pois cremos que o Senhor dirige a vida daqueles que confiam nEle inteiramente e submetem-se à Sua vontade. No entanto, sabemos que “a fé sem obras é morta” (Tiago 2:26), então precisamos além de orar, agir. 

Minha segunda recomendação é que você escolha uma região (não uma propriedade). Essa tarefa pode começar sem sair de casa. Se você tem um cônjuge e filhos adultos que irão lhe acompanhar, então reúna toda a família e considere as seguintes questões (dependendo de cada caso, uma ou mais questões podem ser desconsideradas e outras acrescentadas):

  • Clima e altitude (em função desses fatores as plantas para cultivo serão diferentes – informe-se sobre isso);
  • Comunicação (se na região há sinal de celular);
  • Distância de centro urbano desenvolvido (se alguém da família precisa de tratamento médico especializado ou mesmo para possível venda de produtos que poderão ser cultivados);
  • Distância máxima e mínima da atual residência (pode dar-se o caso de haver necessidade de gerenciar alguma propriedade ou atividade que vai permanecer na cidade);
  • Índice pluviométrico (avaliar se a chuva na região é suficiente para o cultivo. Mesmo que o plano seja usar irrigação, a chuva escassa pode ser um complicador);
  • Poluição (não é por ser área rural que se está livre de poluição, faz-se necessário avaliar se na região existem empresas poluidoras ou mesmo se é região de queimadas frequentes);
  • Preço médio do alqueire na região pretendida (há regiões em que o alqueire custa cinco mil, outras quinhentos mil);
  • Proximidade de aeroporto (se alguém da família viaja com frequência);
  • Risco de grilagem (há regiões em que o risco é alto, geralmente as próximas de reservas indígenas ou de interesse de movimentos políticos);
  • Rodovias de acesso (se haverá necessidade de saídas rotineiras para outras cidades).

Dica especial: sempre que lemos sobre o povo de Deus em contraste com os ímpios, percebemos que eles viviam em lugares montanhosos, enquanto os ímpios viviam na planície. Fica, então, essa dica especial. E como complemento, que a região esteja a mais de 100 km de uma cidade grande, mais de 50 km de uma cidade de porte médio, e fora de uma reserva florestal.

Depois de cumprida a tarefa de casa, chegou a hora de conhecer a região escolhida. Aproveite finais de semana, feriados ou mesmo parte das férias. O ideal é ir mais de uma vez à região, para passear, conversar com os moradores, contatar irmãos de fé, etc. Rode bastante, saia das vias principais, ouça o povo da região. Assim, você poderá confirmar a sua pesquisa feita à distância e descobrir muitas outras coisas. Procure ser imparcial, atente para o que é lindo e para o que é feio, para o que é bom e para o que é ruim, e, em família, pese prós e contras.

Em breve volto para dar a próxima dica: Como escolher a propriedade?


segunda-feira, 9 de março de 2015

O mais importante para a mudança para o campo NÃO dar errado

É muito desagradável, e diria mesmo desastroso, ter que voltar do campo para a cidade depois de libertar-se do urbanismo escravizante. Além de ser uma desanimadora experiência para a própria família, deixa um mau testemunho tremendo, pois servirá de justificativa para os temerosos ou de deboche para os que rejeitam essa ordem de Deus para quem vive nesta época.

É possível que muitas pessoas pereçam nas cidades, mesmo tendo acalentado por muito tempo o desejo de viver no campo. Somente o desejo não resolve, faz-se necessária firme decisão. O assunto de sair da cidade vez ou outra surge, ou pela falta de água, ou pelo calor insuportável, pelo barulho, insegurança, alto custo de vida, ar impuro, correria, etc.  Quando se visita alguém que vive na área rural então... o desejo reacende, mas, em geral, volta-se à rotina e nada muda.

Felizmente não é assim com todos. Alguns efetivamente tomam a decisão e deixam o emprego, a casa confortável, proximidade de amigos e parentes, as facilidades e dificuldade urbanas e ... “campo, aqui estamos nós”. Compram ou alugam um sítio para onde mudam com grandes expectativas de alegria e bem estar.

Ao chegar à nova morada entre a bela natureza tudo parece maravilhoso: o cantar dos pássaros; o verde; as flores; o silêncio da noite quebrado apenas por grilos e piados de coruja; água pura; ar puro; frutas frescas sem veneno colhidinhas na hora; até o céu estrelado pode ser visto que muitos nem sabem como é; cheiro bom de comida feita em fogão a lenha; etc. Mas... não tão devagar começam aparecer os percalços: arrebenta a mangueira que fornece água para a casa; o gado do vizinho invadiu a sua horta e acabou com tudo; não tem sinal de celular; não tem internet; não chega carteiro; não passa lixeiro; e aparece uma enorme aranha no quarto; tem sapo na varanda e alguns dormem embaixo do tanque; o carro atola na lama com todos arrumadinhos para irem à igreja, que é bem longe; não tem shopping; não tem supermercado nem padaria por perto, nem mesmo um disk-pizza!!!! E agora?

Quando a decisão de viver no campo foi tomada, quais foram as motivações? Se foram fundamentalmente qualidade de vida, segurança, fugir da perseguição, ou qualquer outro fato relacionado a questões temporais, a possibilidade de um retorno à cidade é maior. No entanto, se a principal razão foi fazer a vontade de Deus, então, permanência no campo estará vinculada à essa magnânima razão, não a circunstâncias, sejam elas quais forem.

Aqueles que decidem viver incondicionalmente submissos à vontade de Deus não recuam diante das dificuldades, nem mesmo das enormes ou aparentemente instransponíveis. “Disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” (Mateus 16:24). Jesus não veio para alargar a porta estreita, mas para nos dar poder e exemplo a fim de vivermos de acordo com a Sua vontade. A propósito, os que servem a Deus de todo o coração, não recuam nem mesmo diante da morte, pois confiam nAquele que fez a promessa: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse 2:10). Sabem que o Eterno é fiel e que Sua Palavra nunca falha. Sabem também que “Deus não exige que renunciemos a coisa alguma cuja conservação nos seja de proveito. Em tudo que faz, tem em vista o bem-estar de Seus filhos” (E. G. White, Caminho a Cristo, p. 46).

“Cada ação deriva sua qualidade do motivo que a prontificou, e se os motivos não são elevados, puros e altruístas, a mente e o caráter jamais se tornarão bem equilibrados” (E. G. White, Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 347).

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