segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Voltamos a morar na cidade

Voltamos a morar na cidade. Felizmente, apenas por dez dias!

Minha filha e eu acompanhamos meu esposo em uma viagem a trabalho em uma grande cidade e por dez dias trocamos estas vistas:



Por estas:



Em geral, quando isso acontece, procuramos ficar hospedados em um hotel fazenda ou alugar uma chácara, mas dessa vez não encontramos opções. Felizmente, encontramos um apartamento mobiliado para alugar em um condomínio residencial, com cozinha completa, lavanderia e tudo mais que uma casa precisa pelo preço de um quarto de hotel. Mesmo assim, ao encontrarmos o administrador do local, meu esposo foi logo perguntando se ele não tinha uma chácara nesse formato para alugar, mas ele respondeu: "Esse condomínio que vocês vão ficar é top, depois de passar esses dias aqui vocês nem vão querer saber de outro lugar!". 

O condomínio de fato é muito bom, com piscina aquecida, academia, playground, quadras de esporte, brinquedoteca, segurança e acesso exclusivo a um hipermercado e melhor shopping da cidade. Os primeiros dias foi tudo novidade para minha filha, em especial a piscina. Mas lá pelo quarto dia, já começou a dizer que estava com saudades de casa e concluiu com um comentário um tanto estranho para quem não está acostumado com a vida natural: "Estou com tanta saudade de tirar carrapato da Babaloo (uma das nossas cachorras)!". Foi difícil segurar o riso!

A falta de contato com a natureza foi tão sentida que acabamos indo ao zoológico para matar um pouco a saudade. O problema é que saímos dali meio deprimidas em ver aqueles lindos animais selvagens enclausurados e depressivos...

Mas a experiência teve vários pontos positivos, claro. Pudemos conhecer alguns lugares diferentes (com o Jardim Botânico municipal), andar de metrô (uma verdadeira aventura para a minha filha) e conhecer e compartilhar um pouco de nossa experiência com uma família interessada em morar no campo (que por providência, sem saber, fez contato conosco bem no período em que estávamos em sua própria cidade). Nesse período também tivemos a oportunidade de refletir mais sobre as vantagens e desvantagens da vida na cidade e da vida no campo. A seguir, compartilho com você um pouco dessa reflexão:

Vida na cidade

Vantagens:
  • Oferta maior e mais variada de empregos e educação;
  • Supermercado e conveniência a poucos metros de distância;
  • Atendimento hospitalar próximo;
  • Lixo retirado na porta diariamente;
  • Internet estável;
  • Sinal de celular bom;
  • Acesso fácil.
Desvantagens:
  • Influências negativas - a imoralidade na cidade é muito mais percebida;
  • Falta de privacidade - não dá nem para andar de pijama com as cortinas abertas, que dirá falar mais alto sem ser ouvido;
  • Falta de atividade externa útil - fartura de entretenimento artificial (piscina, playground, shopping center), porém, pouca ou nenhuma opção para atividades externas úteis e naturais;
  • Dependência total do sistema - do alimento que vem do mercado, da energia que vem da cia. elétrica, etc.;
  • Forte apelo comercial - no sítio a gente só lembra das datas comemorativas quando vamos à cidade!
  • Exigência social - com relação ao vestuário e bens materiais, especialmente;
  • Custo de vida alto - é assustador o preço do hortifruti no mercado, sem contar o valor do condomínio, do sistema de segurança e outros serviços necessários na cidade;
  • Ausência de contato com natureza - a não ser os tico-ticos, pombos, pássaros engaiolados e algumas plantas ornamentais - e, claro, os entediados animais do zoo;
  • Excesso de elementos artificiais - edifícios, carros, pavimentação, luzes, etc.;
  • Barulho 24h - música que apenas o vizinho gosta de ouvir, mas insiste em compartilhar, gritos, buzinas, pessoas falando alto, sons de carro, avião, ônibus, despertador do vizinho, móveis arrastando, etc.;
  • Poluição visual - muitos outdoors, pichações, grades, telas de proteção, propagandas, placas, etc.;
  • Água clorada - e põem cloro nisso, mas ainda bem que tem cloro, já pensou se não fosse tratada?;
  • Ar poluído.

Vida no campo

Vantagens:
  • Influências positivas do contato com a natureza e distanciamento da imoralidade; 
  • Privacidade total;
  • Muitas atividades externas úteis - horta, jardim, pomar, caminhadas, observação e cuidado da flora e da fauna, etc.;
  • Possibilidade de independência total do sistema - produção do próprio alimento e energia entre outros;
  • Custo de vida acessível - ainda mais com a possibilidade de plantar o próprio alimento e gerar a própria energia;
  • Contato abundante com a natureza - a todo momento, dentro e fora de casa (em nossa ausência, durante essa viagem, um casal de canário da terra encontrou uma fresta e fez ninho em nossa sala. Estão à vontade mesmo com a nossa presença. Entram em saem na maior confiança);
  • Fartura de elementos naturais - floresta, montanhas, flores, animais silvestres, céu estrelado, etc.;
  • Sons da natureza 24h - canto de diversas espécies de pássaros e macacos e coral de sapos e grilos;
  • Visual relaxante - que mesmo depois de anos de degradação ainda encanta;
  • Água mineral em abundância - para nadar, tomar banho, lavar roupa, fazer limpeza e matar a sede de todos, incluindo a dos animais;
  • Ar puro.
Desvantagens:
  • Oferta menor e menos variada de empregos e educação - esse ponto é um dos mais preocupantes para quem deseja sair da cidade, porém, para os que decidem dar esse passo Deus tem concedido soluções personalizadas;
  • Supermercado e conveniência distantes - o que na verdade pode ser uma oportunidade para gastar menos comprando em atacado e ser menos consumista;
  • Atendimento hospitalar distante - para quem pratica os 8 remédios e entende de tratamento natural, isso não faz muita diferença, a não ser em caso de emergências, que, considerando o trânsito da cidade, podem ser atendidas praticamente no mesmo período de tempo;
  • Lixo retirado por conta própria - o que não é um problema já que o lixo orgânico é usado como adubo no plantio e o lixo seco é tão pouco que não custa muito levar na lixeira pública mais próxima;
  • Internet instável - porém não inexistente;
  • Sinal de celular ruim - que pode se tornar bom com uma boa antena e aparelhos apropriados;
  • Acesso difícil - para alguns, isso pode ser uma boa aventura.

Conclusão:

Tanto a vida na cidade quanto no campo apresentam suas vantagens e desvantagens. As vantagens da vida no campo, porém, superam de longe suas desvantagens e os pontos positivos da cidade. Mas mesmo que não fosse assim,  algo mais sublime coloca a vida no campo como a melhor opção: os conselhos de Deus. Os conselhos de Deus são certos e perfeitos, mesmo que pareçam ultrapassados. Alguns deles são: 
Insisto como nosso povo para tornar o trabalho de sua vida procurar a espiritualidade. Cristo está à porta. Por este motivo é que digo ao nosso povo: Não considereis uma privação serdes convidados a abandonar as cidades e mudar-vos para zonas rurais. Aí, ricas bênçãos aguardam aos que delas se quiserem apoderar. Contemplando as cenas da Natureza, as obras do Criador, estudando as obras das mãos de Deus, imperceptivelmente sereis transformados à mesma imagem. — Vida no Campo, p. 22.
Ele [Deus] quer que vivamos num lugar em que possamos ter bastante largueza. Seu povo não se deve apinhar nas cidades. Quer que eles tirem sua família das cidades, para que melhor se possam preparar para a vida eterna. Dentro em breve terão de abandonar as cidades. Essas cidades estão repletas de toda espécie de iniqüidade — com conflitos e assassínios e suicídios. Satanás está nelas, controlando os homens em sua obra de destruição. Sob sua influência, matam pelo gosto de matar, e isso farão cada vez mais....Se nós mesmos nos colocamos sob influências objetáveis, poderemos esperar que Deus opere um milagre para desfazer os resultados de nossa atitude errada? De maneira nenhuma. Saí das cidades o mais depressa possível, e comprai um pequeno trato de terra, onde possais ter um jardim, em que vossos filhos possam ver as flores crescerem e delas aprenderem lições de simplicidade e pureza. — Vida no Campo, p. 25.
Jamais poderá ser dada a devida educação aos jovens deste país, ou de qualquer outro, a menos que estejam separados a uma vasta distância das cidades. Os costumes e práticas das cidades incapacitam a mente dos jovens para a percepção da verdade. — Fundamentos da Educação Cristã, p. 312.
Compreendam os pais que o preparo dos filhos é uma obra importante na salvação de almas. Em lugares campestres encontrar-se-á exercício abundante e útil ao fazerem-se as coisas que precisam ser feitas, e que darão saúde física por desenvolverem os nervos e os músculos. Saí das cidades, é minha mensagem para a educação de nossos filhos. – Vida no Campo, p. 20.
Precisamos confiar em Deus e orar para que Ele execute em nossa vida o plano que sonha para os seres humanos desde a fundação do mundo:
Não era desígnio de Deus que o povo se aglomerasse nas cidades, se apinhasse em cortiços. Ele pôs, no princípio, nossos primeiros pais entre os belos quadros e sons em que se deseja que nos regozijemos ainda hoje. Quanto mais chegarmos a estar em harmonia com o plano original de Deus, mais favorável será nossa posição para assegurar saúde ao corpo, espírito e alma. — Vida no Campo, p. 11.
Os conselhos de Deus não falham e são sempre para a nossa felicidade. Se você deseja atender a esses conselhos e sair da cidade, não desista e não tenha medo. Busque a orientação de Deus para dar esse passo de maneira planejada e ordenada. Ele não o decepcionará! Leia também aqui e aqui algumas dicas para realizar esse sonho.

Que Deus o abençoe!


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Assado vegano de arroz integral - sem glúten

Este assado é a versão sem glúten do assado do-que-tem. Ele é ideal para acabar com as sobras de arroz (e outras) com uma receita bem gostosa e super fácil.

Ingredientes:
  • Arroz integral cozido (sobras da semana)
  • Castanha do Brasil (costumo colocar cerca de 2 colheres de sopa para substituir o óleo)
  • Temperos de sua preferência (pimentão, cheiro verde, cebola, orégano, etc.)
  • Sobras da geladeira (legumes, farofa, molho, sopa, etc. - opcional)
  • Sal a gosto
  • Água suficiente para bater

Modo de fazer:
Bater todos os ingredientes até obter um creme bem espesso. Colocar em assadeira untada e assar em forno médio até dourar. 

Por Karina Carnassale Deana - Saúde total

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Eu não uso mais xampu!

Eu não uso mais xampu. Nem creme dental, desodorante, creme facial ou hidratante!

Calma, não vá pensar que agora ando fedida e suja por aí! Deixe-me explicar: eu não uso mais esses produtos cheios de química, mas sim a versão saudável.

No início do ano, comentei aqui que uma de minhas metas para 2015 era aprender a usar produtos de higiene alternativos e saudáveis - e levei a questão a sério! Já nas primeiras semanas do ano abandonei o xampu, o creme dental, o hidratante corporal e o creme facial... calma... os cheios de química - ainda mais depois de entender melhor os malefícios dos componentes desses produtos e seus potenciais efeitos negativos sobre o corpo (e meio-ambiente), como câncer de mama, alergias, desequilíbrio das glândulas sebáceas, etc.

A seguir, apresento a você os cosméticos que uso atualmente:



1. Esses são os produtos que uso para fazer meu próprio creme dental, que aprendi aqui. Além de ser totalmente livre de todas as químicas prejudiciais, é super fácil de fazer, muito eficiente e dura cerca de 3 meses. Uma receita rende uma bisnaga do tamanho que aparece na foto (já estou precisando fazer mais!). A dica é usar uma argila que seja bem fininha, como a da Phytoterápica, para que o creme não apresente resíduos. Se você também se preocupa com as químicas que entram em sua boca todos os dias, recomendo que experimente essa alternativa.

2. Troquei o creme facial industrializado pelo óleo de rosa mosqueta. Além de natural, estou gostando dos resultados. Ele rende muito, já que a recomendação é espalhar apenas de 2 a 3 gotinhas no local desejado à noite (ele é foto sensível, por isso não pode ser usado durante o dia). É possível encontrá-lo em lojas físicas de produtos naturais, farmácias convencionais e também pela internet. Adquiri o meu aqui.

3. Ganhei esse sabonete caseiro de castella de uma amiga que seguiu este passo a passo. Gostei muito do sabonete e senti diferença na pele. Eu ainda não me aventurei a fazer meu próprio sabonete, mas estou animada a aprender.

4. Como meus cabelos são cacheados, o co-wash tem sido a melhor opção para mim. Faço o co-wash duas vezes por semana com o condicionador da linha Lory's (mas pode ser qualquer um dos produtos indicados aqui), pois para dar certo o produto de ser livre de parabenos, petrolados e silicones insolúveis em água. Uma vez no mês, faço uma limpeza mais profunda lavando os cabelos com 250 ml de água + 1 colher de chá generosa de bicarbonato de sódio + 4 gotas de óleo essencial de melaleuca. Coloco essa mistura em um frasco vazio de xampu, espalho aos poucos no couro cabeludo e cabelos e esfrego bem antes de enxaguar. Na internet há várias receitas dessa mistura de bicarbonato, mas a proporção ideal dos ingredientes para o seu tipo de cabelo quem vai descobrir mesmo é você! Dependendo do seu tipo de cabelo, pode ser que em vez do co-wash, você se dê melhor com o low-poo ou apenas com a mistura de bicarbonato mesmo. Você precisará testar e avaliar a melhor opção.

Cá pra nós, sempre achei que meu cabelo era ruim mesmo, como costumava brincar: "estilo vassourão", e que não tinha jeito, e muitas vezes me senti até meio chateada com o fato de as minhas irmãs terem cabelos lisos e só eu os cachos rebeldes. É claro que os cachos exigem um pouco mais, mas agora sem a interferência prejudicial dos xampus cheios de químicas, mesmo os que se dizem adequados para o meu tipo de cabelo, senti uma diferença gritante no visual. E para uma finalização super saudável e eficiente para manter a definição dos cachos, o gel de linhaça é imbatível. Se você também tem cachos, vale super a pena testar! Uma amiga indicou o óleo de argan para definir os cachos com facilidade e saúde. Ainda não testei. Se você já testou e gostou, deixe seu comentário me ensinando como faz, ok?

5. Descobri que o óleo de ricino ou mamona é um excelente hidratante corporal, muito superior ao óleo de amêndoas. Embora seja bem viscoso e não tenha um cheiro que se pode chamar de agradável, ele é absorvido logo pela pele e o aroma se resolve facilmente com o acréscimo de umas gotinhas de algum óleo essencial de sua preferência. Adquiri o meu aqui.



6. Com o óleo de amêndoas, cravo e álcool aprendi aqui a fazer um poderoso, porém saudável, repelente. Super aprovado por mim (e reprovado pelos mosquitos)! 

7. O Leite de Magnésia Phililips está em uso em minha família por gerações. Não como antiácido, mas como desodorante. Isso mesmo, você não leu errado! Ele atua como um poderoso desodorante, uma solução saudável e eficaz até para o sovado mais fedido! Aliás, ele foi descoberto justamente porque os desodorantes convencionais não estavam resolvendo o terrível problema de suor axilar (famoso cecê) de um parente cuja identidade será mantida em sigilo (afinal, com o leite de magnésia ninguém desconfia quem seja!!!). Minha irmã, que aderiu há pouco a essa quase tradição familiar, teve a brilhante ideia de colocar o conteúdo dentro de um frasco vazio de roll-on e deu certo. Como eu estou nessa há mais tempo, já adquiri a habilidade de usar direto no frasco original sem fazer bagunça. A dica preciosa para não passar raiva está em aplicar o leite de magnésia nas axilas e esperar secar um pouco (questão de segundos) antes de colocar a roupa, pois se você não for cuidadoso, poderá sujá-la.

Ainda tenho muito a aprender nessa área de cosméticos saudáveis, mas até aqui estou muito satisfeita com os resultados positivos na saúde e no visual, sem contar a sensação de liberdade e a alegria de saber que não contribuo mais (pelo menos não como antes) com o impacto ambiental causado pela indústria dos cosméticos. 

Se você tiver mais dicas e sugestões sobre esse assunto, deixe seu comentário aqui. Ficarei muito feliz em aprender com você!

Por Karina Carnassale Deana - Saúde Total

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A morte é uma bênção!

Grazi e vovó Anna
Minha avó Anna foi uma verdadeira nona italiana: amorosa, divertida, super protetora, ciumenta dos filhos e netos, cozinheira de mão cheia e muito mais! Ela sempre foi uma avó muito presente em minha vida, uma segunda mãe, como costumava dizer. 

A cada ano, durante minha infância e adolescência, era sagrado: parte das férias escolares tinha que ser passada em sua casa - e quantas recordações felizes. Que saudades!

Pelo que me lembro, desde essa época a vovó já começou a nos dar alguns sustos quando em alguma crise de saúde pensávamos que viria a falecer. Mas, pela graça de Deus, ela sempre suportava bravamente as dores e complicações, e acabava se recuperando. Os episódios foram tantos, que acabou virando brincadeira entre nós e ela e quando tudo já tinha voltado ao normal, ríamos juntos: "Se todo mundo for como a senhora, as funerárias vão à falência!" Apesar das brincadeiras, falávamos isso com o coração aliviado e muito agradecido a Deus. 

Em seu histórico de saúde estão alguns tombos seguidos de fraturas graves, mais de quatorze cirurgias e sérias complicações pós-cirúrgicas, sendo a pior delas o fato de ter contraído Hepatite C após uma transfusão de sangue emergencial.

A Hepatite C ficou no anonimato por trinta anos até ser finalmente identificada como a causadora das crises, inchaços, dores e outras sequelas. A essa altura a doença já estava bem avançada e causando muitos problemas. Por causa da idade, pouco podia ser feito, informou o médico, que na ocasião lhe deu apenas um mês de vida. Contudo, uma vez mais a vovó enganou todo mundo e frustrou o agente funerário respondendo tão bem aos esforços de uma clínica de tratamento natural que causou admiração geral. Vovó realmente parecia ter sete vidas, como o folclore diz que os gatos têm. Seguiu firme por mais de cinco anos, entre altos e baixos, mas sem desanimar. Sua vontade de viver foi sempre uma inspiração para todos.

Na penúltima internação, que ocorreu este ano, ficou na UTI por muitos dias com um quadro sério de peritonite (em decorrência da Hepatite), que segundo os médicos, mesmo jovens dificilmente conseguem se safar. A expectativa era de apenas uma semana de vida. Ao visitá-la em uma manhã de sábado pensei ser o último encontro e sai dali bastante triste, sobretudo por ela estar praticamente inconsciente e eu não ter a chance de lhe dizer pela última vez o quanto a amava. Mas como das outras vezes, vovó miraculosamente se recuperou de tal forma após sua unção, que recebeu alta no dia seguinte! Se eu fosse agente funerário realmente consideraria mudar de profissão, caso todo mundo fosse como vovó Anna!

A vontade de viver foi a marca registrada da vovó, mas acredito que algo maior e mais poderoso esteve em ação ao longo de todos esses episódios de quase morte: a graça, a misericórdia e o amor de Deus. Creio que apesar de a morte ser o salário do pecado, como a Bíblia diz, na vida dos que amam a Deus, ela é uma bênção - uma bênção que ocorre exatamente no momento certo. Nem antes, nem depois. Deus nunca foi e jamais será pego de supresa, quer por acidentes, fatalidades ou doenças. Nosso Grande Capitão sempre dá permissões e ordens justas, amorosas e misericordiosas, sem qualquer possibilidade de erro. Um tempo de graça é concedido a todos para tomar sua decisão (ou não) junto a Cristo e demonstrar os frutos. Com paciente esforço Cristo oferece oportunidades e mais oportunidades para que os devidos acertos (ou não) sejam feitos e a decisão seja selada com o testemunho. A morte não ocorre enquanto esse processo ainda está em andamento. Louvado seja Deus por Sua justiça, misericórdia, paciência e por Seu grande amor!

Nesta manhã, porém, o susto se concretizou. Vovó Anna descansou no Senhor. Um misto de tristeza e conforto inundam meu coração. Tristeza por pensar que não terei mais a alegria de seu convívio, mas conforto porque sei que não será por muito tempo. Guardarei para sempre na memória o último sábado que passamos juntas antes de entrar em coma, o último sábado em que esteve consciente. Passamos algumas horas estudando a Palavra de Deus, meditando em Suas promessas e em Seu amor. Tive a oportunidade de falar-lhe mais uma vez, pela última vez, o quanto a amo e quão grata sou por tudo que fez por mim. Vovó selou seu compromisso com Jesus. Demonstrou os frutos da luz que foi capaz de compreender. Estou convicta de que não muito distante no futuro ela abrirá os olhos para uma vida sem fim e sem sofrimento. Ela goza agora da bênção do sono dos justos em que não há mais dor, sofrimento, cansaço, tristeza, internações, crises... mas apenas um sono profundo que será despertado pela doce voz de Jesus quando Ele voltar.

"Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras" (1 Tessalonicenses 4:16-18).

"Ora vem, Senhor Jesus" (Apocalipse 22:20).

Que nós, que ficamos, possamos firmar nossa decisão junto a Cristo para que estejamos em pé naquele grande dia, quer vivos ou ressuscitados, para uma vida de eterna felicidade.


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