terça-feira, 14 de abril de 2015

Dicas para comprar uma propriedade rural (parte 3): O que analisar?

Depois de ter decidido "PARA ONDE IR?" e com a lista em mãos de alguns sítios selecionados conforme orientação em “COMO ESCOLHER O IMÓVEL?”, chegamos a fase mais analítica do processo.

Pode ser que sejamos tentados a escolher pela aparência, como o profeta Samuel diante dos candidatos a substituto do rei Saul, mas aparência não é o mais importante, nem em seres humanos nem em propriedades rurais. Sem dúvida um lugar atraente é desejável, mas veja a seguir, o que é mais importante neste momento (a ordem de prioridade pode ser observada sem rigidez):

1. Água - verifique a existência de água para consumo familiar e uso na propriedade. O melhor é que tenha nascentes perenes – algumas nascentes aparecem somente na época das chuvas -  melhor ainda se a água chegar ao destino por gravidade. Poços caipiras ou artesianos precisam de bomba elétrica ou outra forma de bombeamento, o que talvez possa vir a ser um problema. É muito interessante se a propriedade possibilitar a geração de energia elétrica própria. Rios ou córregos são importantes, mas se passam por outras propriedades acima da “sua”, a água pode vir contaminada (currais, chiqueiros, agrotóxicos, esgoto, etc.). Lagos são desejáveis, porém é preciso verificar se são alimentados por água incontaminada, especialmente se o seu interesse for piscicultura ou se planeja utilizar essa água para irrigação.

2. Vizinhança - verifique o que os seus vizinhos produzem e o método de plantio que usam, pois agrotóxicos podem ser levados pela água da chuva para sua terra, pior ainda se chegarem aos seus mananciais. Verifique também a proximidade com plantações de origem transgênica, lembrando que o pólen pode ser levado pelo vento ou insetos e contaminar a sua futura plantação. Veja se há vilarejo próximo e que tipo de pessoas vivem lá, principalmente se no local há histórico de roubos, invasões de propriedades, etc.);

3. Privacidade - melhor se a propriedade for fim de linha, isto é, que a estrada de acesso termine na propriedade, ou pelo menos que a casa sede não fique próxima à estrada; também é bom que a casa esteja a uma distância que não permita a visão e nem chegue som de vizinhos;

4. Iluminação solar - verifique se na maior parte do dia a propriedade recebe luz solar. Pequenas propriedades no sopé de montanhas podem ter esse inconveniente;

5. Topografia - verifique quanto da propriedade é aproveitável para atender aos seus interesses – agricultura, criação de animais, etc. Áreas tratoráveis, em geral, são mais nobres;

6. Qualidade do solo - veja qual é o tipo de solo da propriedade, por exemplo: arenoso, argiloso, calcário, humoso, siltoso, etc. Às vezes há mais de um tipo na mesma propriedade. Verifique se o tipo de solo adequa-se às suas necessidades. Verifique também se a terra tem sido usada para a agricultura convencional, se assim for, e você intenciona fazer agricultura orgânica, então, certamente gastará alguns anos e recursos para desintoxicar a terra;

7. Reserva legal - em linhas gerais, deve-se preservar 20% da propriedade rural, quando situada em área de floresta ou outras formas de vegetação nativa, nas regiões do País que não integrem a Amazônia Legal, onde o percentual é de 35% quando situada em área de cerrado;

8. Acesso - certifique-se de que o acesso à propriedade seja possível, tanto em tempo de seca quanto em tempo de chuva. Proximidade com estradas asfaltadas tem prós e contras. Geralmente, quanto mais perto do asfalto, mais riscos de intrusos e a instalação de chácaras na vizinhança; quanto mais longe, mais dificuldade para trafegar e mais estragará o seu carro;

9. Energia - verifique que tipo de energia há na propriedade. Avalie as fases – monofásico, bifásico, trifásico - e a potência gerada ou recebida – KVA – se atenderá sua demanda;

10. Benfeitorias - casas, galpão, estufa, garagem, oficina, pomar, horta, canil, baias, curral, cercas, estrutura de irrigação, etc., tudo isso deve ser avaliado, pois construir em zona rural é mais caro e trabalhoso do que construir na cidade, devido à distância da revenda de materiais e a dificuldade em conseguir mão de obra qualificada. Além disso, um pomar pode levar anos para tornar-se produtivo se você começar do zero. É importante verificar o nível e estado das construções existentes, e avaliar quanto você gastará com reformas e novas construções. Algumas propriedades são vendidas na modalidade “porteira fechada”, isto significa que o proprietário não irá retirar nada do que está na propriedade; nesse caso, inclua na avaliação esses bens, tais como, tratores, equipamentos, móveis, utensílios, animais, etc.

11. Escola - sítio é um bom lugar para educação domiciliar, e certamente você não se arrependerá, mas se a sua intenção for colocar os seus filhos em escola, certifique-se que existe essa possibilidade.

Dica especial: Se você não consegue analisar os itens acima ou parte deles, não se acanhe em convidar um amigo entendido no assunto, ou mesmo contratar um profissional que lhe forneça as informações com precisão, evitando assim surpresas desagradáveis posteriores à compra. E continue orando!
Próxima dica: documentação e negociação.

Até breve!



sábado, 4 de abril de 2015

O ladrão na cruz - fez mais do que imaginamos

Muitas vezes ouvi que um dos ladrões que foi crucificado ao lado de Cristo aproveitou como quis a vida e no último instante aceitou Jesus, garantindo assim o seu lugar no Paraíso.

Parece-me que esse aspecto da entrega final do malfeitor tem levado alguns a desprezarem as oportunidades que se apresentam diariamente para uma radical mudança de vida, e a adiarem indefinidamente a tomada de decisão de submeterem-se à vontade de Deus sem reservas, crendo que poderão decidir-se no futuro, momentos antes da grande crise final.

 “Que fé teve aquele ladrão moribundo sobre a cruz! Aceitou a Cristo quando aparentemente era uma absoluta impossibilidade que Ele fosse o Filho de Deus, o Redentor do mundo. Na oração do pobre ladrão, houve uma nota diferente da que soava em toda parte; foi uma nota de fé, e chegou até Cristo. A fé nEle por parte do moribundo foi como a mais suave música aos ouvidos de Cristo. A alegre nota de redenção e salvação foi ouvida entre as agonias de Sua morte. Deus foi glorificado em Seu Filho e por intermédio dEle. (Ellen White, MM 1995, O Cuidado de Deus, 18 de setembro, p. 275).

Estamos nós dispostos a andar contrariamente à maioria, mesmo do professo povo de Deus, que optou pela mornidão? Muitos estavam dispostos a clamar hosanas ao filho de Davi quando Cristo curava e multiplicava alimentos, mas quando quase todos O abandonaram, somente o ladrão O glorificou. Como podemos hoje glorificar a Cristo, quando a maioria O nega por suas escolhas e atitudes que se assemelham às dos descrentes?

“Nisto é glorificado Meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis Meus discípulos” (João 15:8). Devemos glorificar a Deus em nosso corpo, que é o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19-20), e também, comendo, bebendo ou fazendo qualquer outra coisa (1 Coríntios 10:31). Fica evidente que glorificar a Deus é muito mais do que cantar na igreja, está relacionado a fazer o que agrada a Deus em tudo, o que é possível quando escolhemos entregar incondicionalmente nossa vontade para sermos dirigidos pelo Espírito Santo.

Voltando ao ladrão. “Este não era um criminoso endurecido; extraviara-se por más companhias, mas era menos culpado que muitos dos que ali se achavam ao pé da cruz, injuriando o Salvador. Vira e ouvira Jesus, e ficara convencido, por Seus ensinos, mas dEle fora desviado pelos sacerdotes e príncipes. Procurando abafar a convicção, imergira mais e mais fundo no pecado, até que foi preso, julgado como criminoso e condenado a morrer na cruz” (Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, p. 749).

Os frutos que se seguiram à sua entrega foram visíveis. Fez tudo o que estava ao seu alcance, de acordo com sua fé. Glorificou o Salvador e o seu testemunho do amor e bondade de Cristo atravessou séculos e atingiu bilhões de pessoas. Ele morreu, mas suas obras continuam até hoje. Cristo deu ao ladrão o mesmo que quer dar a todos que O glorificam: “Ao ladrão contrito sobreveio a perfeita paz da aceitação de Deus” (Ibid., p. 751).




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