domingo, 20 de maio de 2012

Aceitando a missão de ser mãe


"Porque é mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali" (Isaías 28:10).
Ainda em minha primeira gravidez, quase 6 anos atrás, meu esposo e eu participávamos de um estudo bíblico na casa de uma família com quatro filhos. Percebi que aquelas crianças, sendo a mais nova de 7 anos de idade e o mais velho de 12, eram diferentes das outras crianças. Elas tinham um conhecimento amplo da Bíblia. Antes do estudo bíblico, cantávamos versos da Bíblia musicados. As crianças entoavam os cânticos com suas belas vozes e um deles, que é um gênio no piano, tocava. Ficava impressionada em ver como eles sendo ainda tão jovens já eram dotados de tanta sabedoria, carisma e ao mesmo tempo simplicidade!
Quando o Logan nasceu, eu já sabia quem procurar para tirar minhas dúvidas e Jodhana, a mãe dessas crianças, tornou-se minha tutora. A primeira lição que aprendi foi que deveria estabelecer uma rotina diária desde bebezinho. Deveria estabelecer um horário determinado para dormir, acordar, amamentar, ler história, tirar soneca e assim por diante.
Seis meses depois da chegada do meu primogênito, fui convidada para dar aula na escola da igreja e como não me sentia muito confortável em dizer “não” ( hoje aprendi essa lição), aceitei, afinal de contas seria apenas uma ou duas vezes por semana.
Já na primeira semana fui me desgastando com o horário de sair de casa, preparar o bebê, chegar na escola no horário e por aí vai. Na segunda semana, percebi que o Logan andava mais nervoso e que eu não conseguia mais manter sua rotina. Ainda assim, insisti em continuar indo uma vez por semana à escola e continuei notando diferença no Logan. Depois de mais de 6 meses tomei coragem e resolvi parar de dar aulas.
Em casa, voltamos com a nossa rotina e a paz também voltou a reinar. Notei que o trabalho não estava trazendo benefícios à nossa família e aprendi que:
“É a repetição do ato que faz com que se torne hábito e molda o caráter, seja para o bem ou para o mal. O caráter reto só pode ser formado pelo esforço perseverante e incansável, aperfeiçoando cada talento e capacidade confiados para a glória de Deus” (Orientação da Criança, p. 99). “Todo ato da vida, por mais insignificante, tem sua influência na formação do caráter” (Orientação da Criança, p. 100).
Meu esposo certa vez colocou um papel no espelho do banheiro que dizia:"Uma família bem ordenada, bem disciplinada, fala mais em favor do cristianismo do que todos os sermões que se possam pregar” (O Lar Adventista, p. 32). Sempre lia o que ali estava escrito e me perguntava: “Como?”
Quando o Logan tinha um aninho descobri que estava grávida novamente e logo que a Larissa nasceu voltei a trabalhar como modelo por algumas horas na semana, mas novamente comecei a perceber os resultados não estavam sendo positivos. Pelo contrário! Meu coração estava sendo preenchido pela culpa e angústia por trocar dois presentes de Deus por algumas horas insignificantes de trabalho fora de casa.
Depois de conversar com meu esposo, chegamos à conclusão de que não era necessário os dois trabalharem fora de casa, pois Luciano é e sempre foi um bom provedor para nossa família. Decidi ficar em casa, mas em minha mente veio a idéia de servir a Deus. Assim, comecei a dar estudos bíblicos uma vez na semana fora de casa. Notei que as crianças estavam ficando um pouco manhosas e resolvi perguntar à minha tutora o que poderia estar acontecendo. Ela foi firme em responder que a minha missão agora era a minha família!
Desse dia em diante comecei a repensar as coisas. Orei muito a Deus por sabedoria para me mostrar o que deveria fazer e aprendi que se eu quero fazer uma coisa bem feita, devo fazer uma coisa de cada vez como instrui a Bíblia: "Porque é mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali" (Isaías 28:10).
Isso quer dizer que se Deus me deu a oportunidade de ser mãe, devo fazer esse trabalho bem feito e ser mãe, só mãe! Não posso ser mãe e evangelista, ou mãe e modelo, ou mãe e professora fora de casa. Posso ser tudo isso dentro de casa, posso ser um modelo de modéstia, posso ensinar meus filhos a amar a Deus em primeiro lugar e na primeira hora do dia. E para isso acontecer preciso ter tempo para ficar em casa, preciso escolher diariamente aceitar o trabalho de mãe que Deus me presenteou e aprender com Ele como educar meus filhos.
“Se as mães cristãs apresentarem à sociedade filhos que tenham integridade de caráter, com princípios firmes e moral sã, terão realizado o mais importante de todos os trabalhos missionários. Devidamente educados para assumir seu lugar na sociedade, seus filhos são a maior evidência do cristianismo que possa ser dada ao mundo” (Orientação da Criança, p. 99).
Foi assim que aprendi a ser mãe aprendiz dentro de casa e preencher meu lugar de missionária aos olhos de Deus. Espero que você também tenha feito essa escolha e oro para que a vontade de Deus seja feita em sua vida.
Mãe Aprendiz do Logan, 5 anos, e da Larissa, 3 anos.
Amiga querida da Equipe Vida Campestre.

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