segunda-feira, 30 de junho de 2014

Como lidar com crianças de gênio forte?


Identificar e aprender como lidar com o temperamento dos filhos desde a primeira infância é um importante auxílio para um processo de educação bem-sucedido, especialmente para os pais que têm em suas mãos um pequeno de gênio forte.

Como todos os tipos de temperamento, o gênio forte (ou colérico) apresenta características positivas e negativas. Se seu filho é muito ativo e disposto, decidido (por vezes até mesmo obstinado), persistente, altamente perspicaz, prático, observador, independente, mandão, dominador, desafiador, destemido, genioso, resistente a demonstrações de afeto e um tanto agressivo, é bem provável que você esteja diante de um pequeno colérico. Mas não se desespere. Embora o colérico apresente características fortes, se trabalhadas corretamente, elas poderão tornar-se grandes bênçãos. Uma prova disso é o apóstolo Paulo, cujas características próprias de colérico, após sua conversão, foram nobremente usadas pelo Senhor.

Assim, se você é pai ou mãe de um pequeno colérico, saiba que cabe a você cooperar desde agora com Deus para reforçar as características positivas e transformar as negativas. Este artigo reúne uma série de orientações práticas que a Equipe Vida Campestre recebeu em uma conversa exclusiva com Maiza Dias Ribeiro, conselheira graduada em Ministry in Counseling pela Florida Chrisntian University (EUA), mestranda em psicologia clínica, missionária e fundadora do projeto Alcançando Corações Brasil:

Ore muito
A criança colérica precisa de resistência. A palavra resistência denota pressão e energia, firmeza e um comportamento claro e inalterado, transmitindo à criança a mensagem de que o pai e a mãe sabem o que estão fazendo quando pedem e exigem certa atitude que foi negada pelo pequeno de "gênio forte". Essa resistência deve vir de alguém forte o bastante (os pais) a fim de ajudar a criança entender que há dificuldades na vida.

A criança de "gênio forte" é geralmente intolerante, teimosa, obstinada, e suas crises de fúria devem ser tratadas ora com humor, ora com indiferença.
O educador, terapeuta e pais devem desenvolver um estado de serenidade e autocontrole a fim de conquistar o respeito dessa criança destemida – o que somente é possível com constante oração.

Os pais devem interceder e orar em seu favor na mesma medida (ou mais) das pressões que vierem a exercer para a criança ceder. Lembre-se, a resistência inculcará na mente da criança uma clara e profunda ideia de que há mais alguém além dela mesma que sabe como lidar, vivenciar, agir e decidir.

Diga e faça
É muito importante para a educação do "gênio forte" que os pais façam exatamente o que dizem, que cumpram fielmente o que prometem. Um "gênio forte" não se relaciona nada bem com pessoas fracas e indecisas. Se um colérico testemunha os pais negando algo para ele em dado momento e cedendo em outro, certamente vai exigir o mesmo tratamento sempre. Os pais precisam ser coerentes em tudo que fizerem ou disserem. Cumprir o que se promete é um ponto de admiração para os filhos de temperamento forte. Eles admiram pessoas coerentes.

Seja calmo, mas firme
O "gênio forte" possui, mais por instinto do que por formação consciente, a capacidade de sentir e perceber quando alguém chegou ao limite (situação mostrada e exemplificada pela perda de controle) e usa isso para dominar. Percebendo que a perda de controle evidente foi conseguida, imediatamente ele acredita que pode ser a solução para a situação e que ele tem razão e não é o real problema do momento, que a pessoa em questão o teme, que sua reação foi e é uma clara demonstração de que ele é quem está certo no pleito. Por isso, a calma cheia de firmeza conseguida nas horas de "birra" faz mais do que falar.

Os pais devem dominar o temperamento do filho com firmeza, mas sem ira ou raiva, tom de voz alterado, agressividade ou palavras rudes. Ajudar a criança a extravasar com atividades sadias e dar-lhe a oportunidade de realizar e desenvolver atividades que ultrapassem sua capacidade para que perceba sua limitação e perca a ideia de que é onipotente.

O colérico respeita quem permanece firme e que não age com irritação. Calma cheia de firmeza é a solução. Lembre-se: FIRMEZA cheia de calma!

Jamais encolerize-se
Em geral, o que costuma acontecer com quem trata "gênios fortes" ou pequenos coléricos é se encolerizar junto com o pequeno, e isso é drástico.

Quando uma esposa de marido colérico, por exemplo, grita, chora e faz escândalo, o tal marido ganhou a questão. Ele no mesmo momento acredita que sua esposa é fraca e pode e deve ser ajudada a viver. Pensa que é seu dever ajudar aquela pessoa "descontrolada" a ganhar um pouco de equilíbrio (o colérico acredita que a maneira de ele enxergar a vida é a mais acertada) e aquela pessoa descontrolada e chorosa a sua frente "precisa dele". Tudo isso sem se dar conta de que a perda da razão da esposa foi PROVOCADA exatamente pelo temperamento colérico que ele possui.

A mesma situação se dá com os pais e filhos. Encolerizar-se com o filho colérico apenas agravará o problema e acentuará as características negativas do temperamento. Os pais devem usar mais a razão do que a emoção – e evitar a todo custo alterar-se.

Diga com calma e firmeza o que deve ser entendido e permaneça nessa posição de maneira que seja aquela a única opção que haja para o problema ser resolvido.

Evite chorar
O "gênio forte" ou colérico não administra muito bem o choro dramático de outras pessoas. Sente que o choro é sinal de fraqueza e diante do pranto aumenta sua ação colérica, pois ele mesmo só chora quando não aguenta mais e então se sente fraco.

Demonstre afetividade
A falta de afetividade natural do colérico o faz solitário e isso é algo terrível para ele, mas ele enfrenta a situação com mais agressividade ainda. Por isso, a necessidade de essa característica ser tratada desde cedo. Embora o colérico seja quase sempre "frio" e resistente a demonstrações de afeto, ele se mostra muito sensível quando entende que é falível e que não é onipotente.

Para ajudar o filho vencer esse traço, os pais devem demonstrar muito carinho e amor quando o filho aceitar, como também ajudá-lo a entender que isso é bom e agradável. Os pais devem demonstrar carinho um pelo outro na frente da criança sorrindo um para o outro de maneira prazerosa e constante.

É importante ensinar mais através do exemplo do que pela prática. Isto é, os pais devem mostrar como se faz carinho e como se demonstra afeto (sendo muito afetuosos entre si) e esperar até a criança decidir fazer carinho também.

Embora deva haver bastante demonstração de afetividade, é preciso cuidar para não confundir carinho com adulação ou mimo. A criança precisa perceber que a resistência por parte dos pais às suas atitudes negativas não se confundem com o amor que sentem por ela. Os pais podem e devem repetir muitas vezes que a amam e por isso estão empenhados em ajudá-la a agir corretamente.

Repita quantas vezes for necessário
A criança de temperamento difícil é mais propensa a resistir a orientação e por isso deve ouvir A MESMA orientação diversas vezes, centenas até. Essa constante intervenção paterna deve ocorrer sem que a criança perceba ou sinta que os pais estão cansados de tentar ajudá-la.

Vale lembrar que não se deve mudar a orientação pensando que por algum motivo a criança não entendeu (quando a criança não obedece, certamente foi porque está em processo ou é por birra. Dessa forma, “vence” a questão quem permanecer por mais tempo inflexível). Sendo assim, a criança precisa saber que aquilo que ela está ouvindo jamais vai mudar. Se mudar é porque não era tão certo assim e por isso, quem sabe, ela mesma estava certa em não atender os pais...

Para evitar o desânimo nas horas de crise, lembrem-se os pais o quanto seus próprios pais tiveram que repetir a mesma coisa até que finalmente tomassem a atitude correta!

O Céu se envolve nessa missão...
Queridos pais, vocês não estão sós na missão de treinar os filhos a vencer os traços negativos de seu temperamento. Vocês serão fortalecidos a cada dia para vencer essa batalha. O Céu se envolve com vocês. Creiam nisso. Aliados ao poder transformador de Deus, a vitória está garantida. Uma atmosfera de paz envolve os pais que oram. Mesmo na horas mais difíceis e mais desafiadoras, a oração constante produzirá uma atitude de vencedores.

Por Maiza Dias Ribeiro
em especial para o Mãe Aprendiz - Vida Campestre

2 comentários:

  1. Gostei muito desse post! Acho até que me identifico com ele. :)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tenho um filho assim, vou tentar mudar isso com poder de deus.

      Excluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...