terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ponto de vista

Meu "ponto de vista"
Em meio às atividades comuns da vida diária, uma colega e eu passávamos por um caminho cimentado, quando vi uma flor. Esse caminho tinha um canteirinho ao centro, que estava tomado por ervas daninhas, tendo apenas essa flor. Era pequenina, mas saltava aos olhos por sua cor viva. Resolvi fotografar. Cheguei perto da florzinha e tirei a foto como quem vê de cima para baixo. Ficou legal, porém nada de especial. Contentei-me com aquilo, uma vez que era o suficiente para guardar de lembrança.

Vendo, pois, minha colega, a foto que eu tirara, disse: “Não!”. Eu pensei “Não, o quê?” Então ela disse: “Assim, olha:”, pegou minha câmera, se agachou, entortou, retorceu, quase deitou de barriga para o ar, então conseguiu tirar a dita foto.

Eu só estava pensando: “Quanto esforço para tirar uma foto!” Mas então veio a menina. Que foto! Bem diferente da minha. Centrada no meu destino, não havia reparado que atrás de nós havia uma árvore bem formosa e uma paisagem cativante. A menina se posicionou num ângulo em que podia captar a flor junto com a paisagem, realçando a beleza. Reconheço que o esforço valeu à pena.

Mesma flor vista sob
 o prisma de minha colega
Com esse episódio, aprendi uma lição. Quando enxergamos algo, alguém ou alguma ação sempre pelo mesmo ângulo, geralmente de cima para baixo (mesclado com orgulho), podemos não estar discernindo a plenitude de sua beleza. Algo que até parece bom, porém monótono, sem atrativos, estranho demais ou mesmo comum demais; ou alguém que não chama a atenção, pode ser comparado à minha foto. Talvez, se tentarmos olhar por outro ângulo, descubramos novas belezas. Deixando de prestar atenção àquilo que nos incomoda, sendo humildes, mudando de ângulo, podemos desfrutar de outras qualidades. Atribuindo sempre as melhores intenções, talvez possamos gozar de bom companheirismo, mesmo com aqueles a quem já rotulamos como “comuns demais” ou “estranhos demais” ou mesmo “maus companheiros”.

Acredito que isso se passa com muita gente em relação a Jesus. Àquele de Quem pensamos: “Olhando nós para Ele, não havia boa aparência nEle, para que O desejássemos” (Isaías 53:3) agora dizemos: “Tu és mais formoso do que os filhos dos homens” (Salmos 45:2). Com os corações abertos para o Espírito Santo, contemplamos, com os olhos da fé, “essa glória [que] está oculta” (DTN, 272).

Nosso conceito sobre a vida depende muito do “ponto de vista”.

Por Mariana Carnassale - Vida Cristã

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