sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Aprendiz de servo


Eu ao fundo (de vermelho)
ajudando a preparar canteiros
Louvado seja o Senhor que nos coloca em situações onde os defeitos de nosso caráter podem ser percebidos.

Em recente viagem missionária para um país distante e de língua bem diferente da nossa fomos colocados em situação singular, onde pela graça de Cristo, pudemos aprender preciosas lições que dificilmente aprenderíamos em nossa terra natal. Aqui no Brasil, temos a facilidade da comunicação e, não que haja mérito implícito, de certa forma somos reconhecidos pelo grau acadêmico, experiência profissional e eclesiástica.

O conhecimento humano pode ou não ser usado no serviço de Deus. No caso de Moisés, ele precisou desaprender durante 40 anos o que havia aprendido no Egito. No caso de Paulo, apesar de sua declaração que seus valores anteriores à conversão na estrada de Damasco não passavam de refugo, sua formação erudita e religiosa foi útil à Causa, não que Deus precise de algo que venha do homem, mas se nos colocarmos aos pés da cruz, O Espírito Santo nos usa como Seus instrumentos, promovendo utilidade aos dons naturais e conferindo outros conforme Lhe apraz. Na verdade, tudo que é de bom vem de Deus, seja  herdado ou cultivado.

No campo missionário fomos escalados para os serviços rudimentares: abrir buracos no chão (cheio de pedras) para fincar paus para cerca; serrar troncos para lenha (muitíssimos), plantar, roçar, etc. Oito horas por dia de esforço físico bem acima do que já fizemos na vida produziu fortes dores em  músculos que nem sabíamos que existiam! Essa situação ficou ainda mais inusitada pela comida com pouquíssimas frutas frescas que se constitui na maior parte de nosso cardápio no Brasil; além do sono insuficiente e irregular, resultado de serviços particulares pela internet que necessitávamos fazer após o horário de trabalho; colchão bem diferente do habitual; e  claridade na hora de dormir (quase 20h de sol por dia).

A tentação de desistir nos assaltou diversas vezes, principalmente quando, em nossa opinião, víamos maneiras mais eficientes de executar um determinado serviço, mas pela dificuldade da comunicação e cultura sistemática daquele país entedemos que o mais prudente seria obedecer e fazer o nosso melhor dentro das circunstâncias. O exemplo de consagração, dedicação, incansável esforço e paciência de nosso líder também nos animou a continuar.

Tínhamos certeza de que o Senhor havia nos conduzido até ali, então, não caberia reclamar. Um grande aprendizado foi estar naquelas condições e trabalharmos felizes, não resignados, mas felizes. Louvado seja o Senhor que pela Sua graça produziu essa disposição em nós; tínhamos em mente que trabalhávamos não para homens, mas para Deus.

Outra bênção não menos significativa foi conviver com pessoas de culturas totalmente diferentes. Surpreendeu-nos conhecer um lugar onde não impera o consumismo, onde os princípios e não a esperteza são valorizados, onde se destacam: a ordem; a pontualidade; o asseio nos mínimos detalhes; o bom gosto sem ostentação; e principalmente o respeito pela consciência individual.

Todavia, o que mais alegrou nosso coração foi constatar que Deus tem um exército de fiéis ao redor do mundo. Tivemos contato com pessoas de diversos países, que não se conhecem nem possuem conhecidos em comum e creem nas mesmas verdades para o tempo presente, reveladas por Deus à Sua Igreja do tempo do fim. Percebemos que todos esses estudam por si mesmos a Bíblia e os Testemunhos, suplicam pela guia do Espírito Santo, e, em maior ou menor grau, são discriminados e seu testemunho, por vezes, é distorcido ou obstaculizado por interna oposição denominacional. Nós não precisávamos mais de provas do amor e cuidado de Deus por nós e pela Sua Causa, mas ficamos imensamente agradecidos e reanimados a continuar a curta jornada que nos separa da Eternidade.
Não devemos esperar mais do que recebeu nosso Mestre, pois “não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?” (Mateus 10: 24 e 25).
“Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir...” (Marcos 10:45). Imitemos hoje o nosso Modelo, e assim fazendo em amor, pelo poder do Espírito, continuaremos assim a servi-Lo pela Eternidade. “... e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os Seus servos O servirão” (Apocalipse 22:3).

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